E lá estava eu, em família, comendo aquela velha e boa
pizza do domingo, quando escuto um comentário que quase me faz perder o apetite. Uma menina de uns 9 anos, na mesa ao lado, estava articuladamente discutindo sobre as eleições para presidente (a) do nosso país. E eis que saem essas palavras: "Deus me livre a Dilma! Mulher num serve pra governar nada não...".
Olhos cruzados e errados entre o nosso grupo. Uma mistura de indignação com pena daquela pequena, e já tão ignorante, criaturinha. Como pode? Que espécie de ideias preconceituosas, aquela menina, do sexo FEMININO, faz um comentário daquele?
Com certeza, em uma criança, essas ideias não surgem sozinhas, são internalizadas por convivência entre pessoas que pensam daquela mesma forma. E é isso que me assusta. Aliás, depois do comentário dela, não surgiu nenhum tipo de repreensão ou chamada de atenção sobre aquela opinião ridícula.
E amanhã é o dia da votação. Lá estaremos nós, novamente, e
OBRIGATORIAMENTE, na frente daquele micro-ondas eleitoral, escolhendo entre o ruim ou o péssimo.
Tudo é aceitável! Votemos em quem quisermos, mas a opção deve estar bem justificada. Nunca em uma forma machista, ou religiosa, ou com relação à beleza e estética. Porque agora, eles são o que nós queremos que eles sejam. Mas é só agora.
P.S.:
Ao tomar consciência de seu machismo e as conseqüências deste, o indivíduo pode modificar muitos aspectos de seu comportamento. A mulher pode compartilhar do machismo na medida em que não é consciente das estruturas de poder que regulam as relações entre os sexos e as reproduz e/ou contribui para que os homens continuem reproduzindo-as.
